sexta-feira, 11 de março de 2016

Carlos - ativo e apático

Carlos, o dito ativo ( também cheguei à conclusão de que um tanto quanto apático)...


Ele se diz ativo mas não faz questão nenhuma de penetrar... isso me intrigava um pouco e no caso dele, me deixava irritado pela falta de iniciativa. Carlos me parece ser um cara muito apático... um dia deixou escapar que tomava fluoxetina, e depois fiquei pensando que isso poderia ser uma explicação para duas constatações minhas: a tal da apatia e o fato de ele nunca gozar nas nossas transas (pra mim é muito difícil transar e não ver o parceiro gozar... eu tenho facilidade pra gozar... isso já foi um problema quando eu era mais novo, mas não hoje - uma das vantagens de nos tornarmos mais experientes e seguros de nós mesmos).


Mas o Carlos é um cara mais novo (apesar de super maduro pros seus 26 anos... trabalha desde cedo, sempre foi mais introspectivo, me parece que por isso amadureceu mais depressa do que outros caras)... eu não sei ao certo o quão experiente ele é com caras, ele namorou uma menina francesa que conheceu num intercâmbio na europa, quase moraram juntos (quando ele me contou essa história fiquei meio perplexo... um mix de ciúme e inveja, por ele ter estado num relacionamento mais estável, com aparente facilidade).

Eu acho que o Carlos tem dificuldades em se ver como gay... tem uma frase de uma música do Lucas Santtana que diz assim: "ela não é gay... ele não é viado... e não são mais classificados" [Funk dos bromânticos - bem interessante a letra, Lucas é um artista porreta, que mistura música paraense com eletrônica, recomendo fortemente!].

A letra é até interessante, traz uma discussão pertinente sobre rótulos e bandeiras, mas eu acho que no caso dele é uma fuga, ele parece não querer aceitar a identidade gay vigente (a ideia desse diário inclusive é mostrar essa identidade gay de uma parcela de caras que vivem em são paulo... não acho que haja "comunidade" gay no brasil, nos moldes das grandes cidades americanas, mas eu me sinto parte de uma grande tribo... e acho que Carlos não se sente, nem quer se sentir...).

No show do Lucas em que o convidei pra ir comigo, ao tocar essa música ele se virou pra mim e disse: "essa é minha música..." eu fiz cara de gracinha, um sorriso no canto da boca, continuei a dançar, mas não gostei muito... parecia que ele, ao dizer isso, falava pra mim: "eu sou diferente de vc... eu não quero e nem aprecio essa identidade gay com a qual vc mostra estar tão bem..." Tenho certeza de que ele não quis ser irônico ou dizer isso nas entrelinhas, mas pra mim foi como soou.

O fato é que, mesmo saindo por vários meses, mesmo curtindo demais a companhia dele, mesmo tendo muita troca intelectual entre nós, o sexo não decolou como deveria. E eu, que sempre deixei claro que não queria namoro, acho que o acabei bloqueando, tirando dele a pouca iniciativa que tinha... (bom, revendo o relato, certamente tenho parcela de culpa na apatia dele; ok, aceito dividir a culpa com a paroxetina e a personalidade introspectiva dele... Trio culpado, litisconsórcio criminoso!).

Já que ele disse ser ativo, eu tinha a expectativa de que ele se comportasse como tal. Até mudávamos de papel nas preliminares, ele curtia ser estimulado atrás, não fazia nenhuma restrição, me deixava brincar ali à vontade... e eu curtia o mesmo, sinalizava que ele podia [e devia] vir, era gostoso, mas não avançava. Cheguei a propor de ele ser passivo comigo, mas ele não quis.

Nunca fui um cara obcecado com meteção. Inclusive sempre fiz questão de dizer isso pros meus parceiros - e já me irritei com alguns caras que classifico como sendo muito "pau no cu", não sabem/querem/conseguem apreciar preliminares e já vão logo querendo meter. Acho na verdade meio tosco, uma visão tacanha do sexo e de tudo o que ele pode significar. Só que no caso do Carlos, fez falta... acabou indo pro outro extremo... Ele tinha a vantagem de ser super carinhoso, doce, não me intimidar e me deixar super à vontade... mas faltava iniciativa...

Eu ainda tentei salvar as coisas, tentei me aproximar (num dia em que vi uma foto dele mostrando flores de presente de um cara, que não sei se é só um amigo ou um amigo com benefícios). Mas na hora H minha frustração voltava, a gente se encontrava e era um "parto" até ficarmos juntos, difícil me aproximar e eu acabei não prosseguindo... o "anúncio" de que eu passaria o ano novo com amigos em Salvador foi a gota   d´água pra ele, que deixou claro não ter curtido muito a ideia. Nesse dia eu tinha ido justamente à casa dele, fizemos um sanduíche e ele abriu um vinho... o momento foi exclusivamente gastronômico, ele se fechou e não deu brecha.


Veio o carnaval e o cardápio de possibilidades era muito mais interessante... pois é, não deu certo e acho que dessa vez não tem mais volta e eu não quero ficar com contato, pq tbém é meio masoquista ficar vendo o que ele faz longe de mim (e todas as possibilidades de novas transas, lances, relações e até namoro - pra que vou ver isso nas redes sociais?)

Sinto saudades da companhia do Carlos e dos momentos que passamos juntos. Mas penso que, dado o desenrolar dos acontecimentos, esse desfecho foi inevitável.

De qualquer forma, continuo intrigado com caras ativos que não penetram no sexo... [e nem tô falando dessa bobagem de g0y]

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