domingo, 11 de dezembro de 2016

Conexões parte II - ou "de bad na balada"

Não quero só ficar bem na foto. Quero dizer a que vim. Mesmo que isso me custe revelar coisas que não gosto em mim. Nem sempre gosto dessa cara de alegre, quando sei que tenho tanta dor por trás. Eu não acredito em mais nada a 8 ou 80. Você sabe, eu aprendi demais. (Marina Lima)

Dizem que tudo em excesso cansa, não?

Talvez seja isso que tenha acontecido ontem comigo. Ido a festas com muita frequência. Não é exatamente o que eu queria. Daí me frustro, deixa de ser leve, fica mais pesado, o tempo parece passar mais devagar.

Devia ter me policiado um pouco mais pra poder continuar curtindo. No fundo, eu sempre fui mais "devagar" que meus amigos... O Mário e o João têm um pique maior e daí ficam me chamando pra função. O Mário tem uma abertura e um apetite maior para experimentações químicas e ele é impetuoso, vai testando, se arriscando, indo na base da tentativa & erro. Eu acabo sendo um pouco mais comedido (e nem tô dizendo que isso seja mérito) e me satisfaço com menos coisa.

Já ficou claro pra mim que tenho de dar um espaço maior, pra poder curtir a pegada eletrônica, os beijos e demais interações. Alguns "nãos" estão sendo ditos e mais alguns serão daqui pra frente. 

E no meio disso tudo tem o André, me povoando a mente com intensidade cada vez maior. Nos falamos pelo whats todos os dias ou skype, na prática é como se fosse um namoro. Mas estamos [muito] longe um do doutro, eu faço minhas artes aqui e ele as dele lá no outro continente. Sem cobranças... só um pouco de ciúme.


O fato é que criamos uma conexão emocional, um carinho imenso, um bem querer e uma vontade de estar junto. Vamos nos encontrar no final do ano e no começo do ano que vem, serão pelo menos 3 momentos. Sinceramente, eu não faço ideia do que vai acontecer, eu sinto que tem grande chance de dar errado e de eu me fuder bonito de verde & amarelo.

Mas como a experiência me mostra [sempre] que vale a pena tentar e arriscar, que vale a pena sair da zona de conforto, aqui estou eu abrindo meu coração, sentindo um pouco de ciúmes dele, me expondo ao falar dos meus sentimentos, dizendo pra ele que o adoro e que sempre estou com saudades.


Isso tem sido recíproco, pelo menos até a última semana. Nestes últimos dias tenho sentido ele mais distante, mais comedido nas palavras. Não sei se é uma fase dura no trabalho ou se algo mudou. Decidi não fazer a linha histérica e nem qualquer cobrança. Vou segurar minha ansiedade e esperar pelo nosso encontro de fim de ano. Eu quero ir pra esse momento me sentindo seguro, ciente das minhas qualidades e de que não há motivo pra me sentir diferente.

[eu aqui escrevendo o texto no note e chega msg dele: saudade de vc]

Confesso que não gosto de me sentir assim, vulnerável e na "dependência" de um sentimento. Bate um medinho de rejeição, de vc estar sentindo algo tão gostoso, intenso e de estar fazendo papel de trouxa, de não ser recíproco [e só ainda não te avisaram]. Encontros sexuais fortuitos ou relações com fuck buddies te deixam menos vulnerável e vc transita num território mais definido, sabendo com mais certeza o que vai encontrar e o que esperar de algo assim.

Nesta história com o André, eu me sinto tateando em um local desconhecido, imprevisível. E de certa forma, eu crio uma capsula protetora pra não me mostrar assim pra ele, a gente fica com receio de errar, de dar uma bola fora e gasta uma puta energia com isso (ao menos até vc minimamente sentir um pouco de segurança do lado de lá - acho que eu ainda não senti essa segurança de maneira mais objetiva - será que ele, lá longe, também sente isso q eu estou sentindo? Será que ele também se sente vulnerável, assim como eu?).

As químicas também não andam me fazendo muito bem... uma experimentação na semana anterior me fez cair a pressão e precisei da ajuda do meu fiel escudeiro Mário. Nem foi uma questão de dose, foi simplesmente meu corpo rejeitando o produto. A sensação foi horrível e me bateu um pouco de ressaca moral por isso ter acontecido comigo. Talvez seja hora de voltar (ao menos por um tempo) para a boa e velha loira gelada.
Mário: e aê, e a parte física? que susto...
Eu: Nossa, ainda refletindo. Mas nunca mais passo por isso.
Mário: precisamos conversar sobre isso. É algo que você me comentou também quando caí no outro show, lembra? É tomar cuidado sem encaretar.
Eu: Tô sentindo que não tô conseguindo aproveitar como antes. Não tô conseguindo entrar na vibe. Não bateu tão bem nas últimas vezes.
Mário: Sua pressão deve ter caído muito. Também sinto que não aproveita mais... desde outro dia desses tem algo que não é a mesma energia. Não sei se é ansiedade, ou desgaste da fórmula de diversão, rs...
Eu: pode ser um pouco de cada, e não tivemos nenhuma big party depois do aniversário da casa.
Mário: pois é, pode ser. Mas não podemos demonizar o objeto, né?
Eu: mas a minha sensação eh q meu corpo tá rejeitando esses aditivos. Mas eu dormi bem. Acho q passou o susto, rs...
Mário: Bem vindo ao grupo dos que apagaram na balada kkkkk
Eu: ai Mário... não queria ter entrado nesse clube
Mário: Bem... são os riscos que assumimos, né. Contamos com a possibilidade dessa consequência quando nos aventuramos... Por isso que temos que estar sempre juntos... que insisto pra não nos separarmos...
Eu acho que essa conexão mais íntima com o André está me tirando o foco e o prazer da balada. Com ele aqui provavelmente seria bem diferente, a gente poderia ficar junto a balada toda com abertura para interagir com outras pessoas (como fizemos em agosto). Mas teria uma diferença - nós e os outros. Os outros passam, ele vai embora comigo ao final da noite (ou ao começo do dia, hehehe)


Fazendo uma retrospectiva do ano e observando o meu modus operandi fica claro pra mim que a balada é um momento onde quero buscar conexões emocionais e sensoriais com outras pessoas. Não é o beijo pelo beijo simplesmente, a pegação pela pegação... claro, se for isso, vamos curtir, eu não vou deixar de fazer, mas se vier com algo mais, certamente será melhor. [tô aqui tentando desenvolver o argumento - talvez não fique muito claro].


À medida que avanço nesse caminho, a tendência é que eu fique mais seletivo (nas primeiras festas parecia que o mundo ia acabar, eu queria beijar todo mundo!) e só me atraque com alguém(ns) com quem eu sentir minimamente que possa rolar algum nível de conexão emocional / sensorial.

Este post também se chama "Conexões" por esses motivos: a conexão construída com o André e a percepção da busca de outras conexões ao longo dessas noites tórridas de balada.

E antes que alguém pergunte, não, isso não tem nada a ver com monogamia careta.



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