segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Rejeição - a [parcial] redenção

Intro: Caso tenha chegado diretamente neste post - ele é a 3a parte de uma trilogia sobre Rejeição. Se quiser ler as demais partes clique aqui para a parte I e aqui para a 2a parte.

Mandando ver, no vício da batida 
Querendo se envolver 
No estilo diferente, que prende e dá prazer 
Eu sei que logo sente, te faz enlouquecer 
Faço ferver (Pablo Vittar, Corpo Sensual)

E se aquele ditado que falei no post anterior é mesmo verdade... bom, ele se cumpriu.


A noite de sábado foi completamente diferente da de sexta. Não tenho muito o que dizer além do que já disse em diversos outros posts aqui. E juro, não sou garoto propaganda da The Week; é que eu realmente gosto de lá e me divirto bastante (não ganho nada pra dizer isso, tá?).

Estar com os amigos de sempre também faz toda a diferença; a energia e o carinho que trocamos ali me alimenta a alma!

Havia um DJ residente do Rio que estava tocando quando chegamos e nós realmente gostamos dele!

Eu cheguei mais tímido, ainda impactado pelos efeitos da noite anterior. Eu já saquei que posso (e devo) ser mais atirado na balada, devia chegar um pouco mais incisivamente nos caras que fico a fim (sem ser inconveniente, claro). Aos poucos vou fazendo pequenos progressos, mas eu realmente deveria me arriscar mais.

Já pensei nos motivos desse meu comportamento. Sinto que receber um "não" (ainda que com um simples olhar -  que pode demonstrar reprovação explícita ou ser total blasè) tem  um efeito muito negativo em mim. Novamente, aquele erro estratégico de achar que o "não" recebido equivale a uma sentença definitiva e abrangente sobre o seu próprio valor.

Desconstruir isso é difícil pra mim. Vai aos poucos.

E também é bom ter a consciência de que nunca se ganha todas. Ninguém ganha.. e isso também não é uma sentença sobre você. As pessoas têm preferências e gostos diferentes (assim como eu também tenho). O "não" faz parte de qualquer processo, assim como o "sim"

Eu comecei a caça meio devagar... fiquei com um cara muito gostoso mas que não tinha achado bonito. Mas ele passou ali, me deu bola, pegou na minha cintura, puxou um papo e ligamos a máquina de beijos. 

Depois veio um outro que agora não me lembro, mas o fato é que ao passar da noite eu fui ficando mais confiante pra dar uns rasantes em outros caras que fiquei a fim.

E foram dois outros danoninhos os responsáveis pela minha redenção! 

Uma coisa legal dessas baladas é a forma como nos aproximamos do "alvo"... ou de como os "alvos" se aproximam de você. Parece uma dança do acasalamento (e instintivamente, é!). Com o 1o garoto, João, eu fui bem devagar, levei um tempo pra saber se ele tava realmente a fim... ele me dava sinais dúbios, dançávamos perto mas havia uns amigos dele também. E o bacana é que eu tive de arriscar, uma hora me aproximei mais, fiquei bem próximo dele, e ele se deixou abraçar...

Aí colega... foi se jogar... magrinho, lindo, olhar angelical, olhos claros, é um tipo que me desperta sensações muito gostosas. Ali o papel de condutor é meu e eu o exerço com maestria, esmero e prazer. Um abraço apertado, forte, suado, quente como as noites quentes de verão (como já dizia a canção do Radio Taxi). Aquele abraço que envolve o outro e traz ele pra muito perto de vc. Os dois suados, com tesão, e trocando muito e deliciosos beijos, ao som da batida, sob as luzes estroboscópicas e com as mentes numa sensação de relaxamento. 

Um tempo depois, ao andar pelos corredores do camarote (que estava muito cheio), eu dei uma baqueada e nós acabamos nos perdendo. Fui lá pra fora tomar um ar, uma coca bem gelada, uma brisa de vento e comer um chocolate pra recuperar as energias. 

Ao voltar, antes mesmo de encontrar meus amigos, dei de cara com outro garoto, Henrique, com quem eu já havia flertado antes, mas que não tinha me dado a menor bola. Pois não é que desta vez a gente se olhou e se atracou na mesma hora? Com o João tinha sido um pouco mais leve, delicado, mas o Henrique tinha uma pegada mais forte e de certa forma ficamos rivalizando pra ver quem pegava mais forte o outro hahahaha (aquelas coisas de competição entre garotos).


Mas ao mesmo tempo eu cavei espaço pra me sentir abraçado, colocar a cabeça no ombro dele. Abraços podem ter objetivos e energias muito diferentes. Naquele momento o meu abraço queria se conectar de forma mais emocional com o corpo e a mente dele. Um pouco como a letra da música que abriu o post: "Tá todo carente no pedido informal". Louco né?

Isso já devia ser quase seis da manhã e me bateu um pouquinho de carência, vontade de ter um alguém pra ficar dando beijinho, olhando nos olhos, sorrindo. Pode parecer contraditório, e de certa forma é... procurar isso justo naquele ambiente... mas eu tava lá e era lá que eu ia tentar. 

O Henrique também me passava sinais dúbios... parecia estar olhando pra outros cantos como se procurasse alguém... isso me incomodou um pouco e eu quase disse que se ele quisesse, não era obrigado a ficar ali comigo (olha a insegurança da pessoa né? hahahaha) Ainda bem que eu me segurei e não falei isso, continuei a curtir sabendo que poderia acabar a qualquer momento. Às vezes me acho muito sábio, hahaha. 

Havia um cara próximo de nós que estava olhando e eu tomei a iniciativa de me aproximar e engatamos uma pegação a três. De certa forma foi uma estratégia pra não deixar o Henrique sair dali. Só que um pouco depois ele convidou a mim e ao outro rapaz para irmos ao banheiro. 


Eu não curto sexo na balada. Fiz uma única vez e não é algo que queira fazer de novo. Gosto mesmo é da pegação na pista. Então foram os dois e eu fiquei ali, ainda disponível pra negócios.

E não é que passa um grandão, cara de bobo, sorrisão... cabelo máquina um... tem seu charme, hehehe. Eu encarei com o olhar e ele ficou. Chegou perto, perguntou meu nome e me abraçou. Foi bom, mas confesso que não curto muito esses caras mais fortes... sei lá, parece difícil administrar tanto whey protein junto... eu faço a linha mais slim e curto caras mais parecidos comigo. Os magrinhos sempre tão uns passos à frente no tabuleiro.

Pois não é que daqui a pouco o Henrique volta lá. Porra, pra que complicar né? Podia ter ficado comigo esse tempo. Daí queria que eu fosse embora com ele. Eu propus ficarmos os três mas ele não quis e me disse de boa "pode ficar com ele, eu tô por ali dançando". Eu concordei mas disse bem enfático: "Me espera que te encontro depois então." Moderno né?  

O Henrique ficou me atentando pra ir embora com ele... eu não queria, queria curtir ainda mais com meus amigos, mas achei que era uma oportunidade que não dava pra perder, especialmente pelo fato de que ele mora em Curitiba e estava ali só pelo final de semana na casa de um amigo.

Depois que nos reencontramos, ele parecia estar mais carinhoso, me elogiou e ficamos descansando abraçadinhos no sofá do bar (enquanto eu me decidi).

Então decidi ir com ele - mas não sem antes ouvir um "passou o rodo hoje hein!" de um dos meus amigos... (dê dinheiro, gi, key, bala... mas não dê intimidade, hahaha)

Pegamos um táxi rumo à Augusta. Como é lindo ver São Paulo amanhecendo ali na zona oeste... tomamos um café com pão de queijo na padoca e fomos pro apto do amigo dele.


Ambos estávamos muito cansados, roupas e corpos suados e não havia muita condição de uma trepada minimamente decente (ou ao menos com os itens de conforto e tranquilidade que eu valorizo). Nos pegamos ali rapidamente, mal tiramos a roupa ele já abriu uma camisinha, encapou meu pau e sentou nele, cavalgando com vontade.

O pau dele era lindo, circuncisado, rosado e grande... fiquei punhetando aquele pau com vontade enquanto ele cavalgava. Depois comi ele de quatro e de frango, curtindo muito a cara dele, de quem tava curtindo também.

De repente ele me virou e tentou me comer. Mas eu não tava na vibe, não consegui relaxar, então voltei a comer ele mais um pouco, até que gozamos.

Ele me perguntou se eu queria ficar ou ir embora, e isso foi a dica pra mim (independente disso, era óbvio que eu iria embora, tomar uma ducha e dormir na minha cama como um rei). E foi o que fiz. Andei ainda um pouco até achar um taxi, com aquela sensação gostosa de ter aproveitado bastante a noite e já sem os efeitos da noite anterior (apenas lembranças que a cada dia ficam menos vívidas até quase se apagarem e perderem o poder de te incomodar). 

A noite teve esse gostinho especial: Redenção.



Eu nunca havia pensado sob esse prisma de forma tão analítica. Ela me fez ver que a noite anterior tinha sido apenas uma noite de má sorte, e que isso não representa um estado mais definitivo sobre as coisas. É preciso ter resiliência pra suportar momentos ruins, inclusive pelo fato de serem apenas momentos, com prazo pra acabar. Relativize um pouco enquanto estiver passando por esses momentos ruins, tente analisar, tirar algum proveito ou aprendizado, pois logo virão bons momentos.

Falta um ponto ainda. Por que você diz que a redenção é parcial?

Porque ela foi momentânea.

E porque há outras áreas da minha vida que também lidam com o tema da rejeição.

De certa forma ela resolveu uma questão pontual daquele final de semana, mas estas questões continuam a me desafiar e a me demandar estratégias com o objetivo de minimizar o sofrimento e ampliar potências.

É preciso continuar pondo em prática as lições aprendidas até que se tornem espontâneas. Até que você consiga perceber que superou questões que antes pareciam grandes muralhas - mas agora vc já as transpôs e elas ficaram pra trás.

Nenhum comentário:

Postar um comentário