segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Passivos que metem bem - parte II

'Se precisar, eu como.'
  (de um colega de uma firma parceira, ao explicar suas preferências e o casamento dele).

"ou sobre supostas incompatibilidades sexuais" (poderia ser um ótimo subtítulo para este texto).

Eu já tinha feito uma primeira tentativa de problematizar a questão. Não foi muito fácil, então consegui ir até certo ponto.

Nesses últimos dias acho que consegui evoluir um pouco mais na dimensão do que queria analisar.

Vejam comigo a seguinte situação:

Pensem em dois caras que curtem ser passivos. Ou que 'preferem' ser passivos. Eles tem mais prazer sendo penetrados do que em penetrar. Mas a depender da situação, também não tem problema em serem ativos. Seriam aquela categoria do grindr chamada "versátil mais passivo" (aliás, acho ótima essa gradação que o grindr fez, ajuda bastante na pesquisa).

Imaginem que eles se conheçam e se encontrem. Rola uma transa e de alguma maneira eles comunicam um ao outro que curtem ser passivos. Quando um diz isso ao outro, o outro toma como certo que, mesmo curtindo ser passivo, também vai ter de comer. O famoso "flip flop" (outra dica de pesquisa quando buscar filminhos neste estilo).


Ao se revezarem, para a surpresa de um imaginário observador, o passivo que assume a posição de ativo e penetra o outro, o faz de forma muito bem feita, de maneira que satisfaz o parceiro. Mas isso tem um certo "custo", uma diminuição do prazer próprio, em benefício do prazer alheio. Um 'esforço' que, a princípio, não caberia dentro de uma transa. 

Ou seja, num revezamento, um dos passivos assume a posição de ativo, faz o trabalho direitinho e deixa o parceiro bastante satisfeito. Na sequência da foda (ou na foda seguinte), invertem-se as posições; a satisfação continua a mesma e aquele certo esforço também (a diferença é que as sensações trocam de lado).  



Vocês já tinham imaginado uma situação assim? E será que ela é sustentável a longo prazo? De uma situação assim poderia nascer um relacionamento?

E o engraçado é que ando numa fase muito mais ativa... (longe de me gabar disso, até me sinto incompleto dessa forma, mas os caras que tem aparecido não se mostram nem um pouco a fim de serem ativos comigo... e eu acho que tenho mostrado uma pegada mais ativa que, talvez, já deixe as regras claras logo de cara... talvez seja algo até meio intuitivo, mas que tem me impedido de comunicar meu desejo de forma mais autêntica.)

Uma sensação diferente essa semana foi a de perceber que os caras não tavam muito a fim e não mostravam essa pegada... daí eu concluo que é melhor assumir o papel de ativo e conduzir a transa dessa forma do que ser passivo e ser comido de forma não muito animadora.


Nesses momentos eu aproveito pra aprimorar minhas habilidades, testar coisas que ainda sinto um pouco de insegurança (por exemplo, meter em caras mais altos do que eu, ou com a bunda muito grande)... 

É engraçado porque quando não tenho medo da rejeição, de ser julgado pela performance (às vezes nos sentimos assim quando estamos com alguém que curtimos muito e é muito importante pra nós), eu me saio super bem e me sinto super bem depois (como se você tivesse terminado bem aquele treino super pesado de pernas, hehehe, ou vencido a competição de natação). 

Eu posso e muitas vezes curto ser ativo... varia muito de parceiro pra parceiro. Antes achava que não havia como, era preto no branco, ou era uma coisa ou era outra... mas tenho visto (e que bom, ainda bem!!!) que há gradações bem interessantes e novos arranjos bastante prazeirosos podem surgir.

Mas que, de fato, saber que o cara que quer dar pra mim também se habilita a me comer, ah colega, isso facilita bastante as coisas! 😈 

Esta questão tem um link muito interessante com um texto que eu havia lido há algum tempo e que tinha separado para comentar aqui no blog. Ele tem o sugestivo título de: What to do when you´re in love - and both bottoms (o que fazer quando vocês estão apaixonados - e ambos são passivos).

E a regra vale para dois ativos também.

O texto começa apontando para uma possibilidade muito concreta: você conhece alguém interessante em um contexto não sexual e se interessa. Seria o caso de abortar logo de cara a possibilidade de uma relação?

O autor nos dá ao menos três saídas: A 1a, ter abertura para que ambos tenham relações com terceiros que estejam mais sintonizadas com seus desejos e necessidades (por exemplo, dois namorados passivos que transam com um terceiro ativo, ou vice versa, dois namorados ativos que pegam juntos um terceiro passivo, ou mesmo cada um transando separadamente, mas tudo muito bem conversado previamente).

A 2a, é que, de tempos em tempos, ambos tenham a capacidade de "ceder" e satisfazer desejos e necessidades do outro. Isso significa passivos comendo e ativos dando, pelo bem maior do relacionamento (um esforço 'pequeno' que contribui para algo de muito mais significado - e o esforço tem de ser genuíno - nada de fazer as coisas com nojinho ou pela metade).


[Just] because you have to, because you care about him.

Se ambos são ativos, ser passivo pode te fazer ser um ativo ainda melhor, pois você vai sentir na pele o que é estar neste papel. Se ambos são passivos, recursos como brinquedos sexuais podem ser ótimos aliados e aplicar no outro os seus próprios conhecimentos sobre estimulação anal pode ser algo muito romântico e ajudar na construção da intimidade do casal.

A 3a saída na verdade é mais um lembrete, de que a intimidade sexual pode ser encontrada em muitos outros locais que não somente o sexo com penetração (no caso o autor fala um pouco de sua experiência com S&M - sadomasoquismo e afirma que relações 'dominante-submisso não penetrativas' podem ser muito mais satisfatórias e estimulantes).

E mais, é preciso superar esta dicotomia tão rígida que separa ativos e passivos, como se morassem em planetas diferentes. À medida que o relacionamento se desenvolve, essa dicotomia inclusive tende a ficar menos rígida. O ser humano é tão adaptativo, pode inclusive ser um momento de explorar novas facetas da sua personalidade e aprender e aprimorar algo a que você não estava acostumado.


E isso, na verdade, nada mais é do que aquilo que precisamos fazer em qualquer relacionamento: investir, comunicar, explorar e ocasionalmente, colocar as necessidades do parceiro antes das suas.

SOMOS [MUITO] MAIS DO QUE AQUILO QUE FAZEMOS NA CAMA. 

Não se limite. Não limite o outro. 

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Daily life of a gay couple


Povo, eu estou simplesmente encantado, apaixonado por estas tirinhas chamadas "Daily life of a gay couple" (a vida diária de um casal gay).


Song Inkollo é um artista francês que divide com seu público os aspectos cotidianos do seu relacionamento com o namorado, Joe


Eu o conheci inicialmente pelo perfil no Instagram (inkolloart) e depois cheguei a uma espécie de site que abriga trabalhos de vários artistas, chamado Patreon. A proposta é muito bacana! Os artistas hospedam seus trabalhos lá, o público os segue e pode apoia-los com uma quantia mensal. No caso do Song, você pode colaborar doando 1, 5 ou 50 dólares mensais e cada valor te dá um nível diferente de acesso (O site fica com uma pequena porcentagem a título de manutenção).

Eu nunca havia apoiado um artista dessa forma, foi a primeira vez e fiquei muito feliz em poder fazê-lo. Ganha o artista, que tem uma fonte de renda para se dedicar a fazer arte e ganham os fãs, que quase diariamente podem conferir novos trabalhos e atualizações.


Eu ainda estou explorando as tiras, ele geralmente publica uma a cada um ou dois dias, então há bastante material. Gosto muito do estilo de desenho do Song. Ele consegue reproduzir algumas expressões faciais e isso deixa os personagens muito, muito fofos hehehe...


Há alguns temas gerais pelos quais ele organiza o trabalho. Há tiras relacionadas a mangás (ele é super fã), há tiras sobre situações simples como passeios, idas ao supermercado, a gata (que infelizmente morreu há algumas semanas), conversas na cama, amizades, etc... E há as tiras sobre a vida sexual do casal... HOT HOT HOT!!! Novamente... Os desenhos são incríveis!!!


O que eu achei mais legal é que as tiras retraram um relacionamento de verdade, as dificuldades, os pequenos prazeres, as tretas, as diferenças e a intimidade construída pelo casal. Uma relação de carne e osso, com gente normal. Pra mim foi inspirador!


Claro, não sabemos de todos os detalhes... Do que vemos nas tiras, a vida sexual deles é bastante prazerosa e ativa e eles estão muito satisfeitos um com o outro. Parece funcionar muito bem pra eles.

Não vou negar... deu vontade de ter algo bem assim!


terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Os putos da família



Com todo respeito eu te pergunto:
Você quer, você quer ousadia?
Você quer, você quer putaria?
(MC Kátia, Medley brabo, Roda de Funk)

A conversa começou quando eu enviei pro meu primo Arthur uma pérola do autêntico funk carioca com Mc Kátia, uma das minhas funkeiras prediletas.

Foi meu primo Arthur quem, há uns 13 anos, me apresentou à Tati Quebra-Barraco, declamando de cor aquelas letras incríveis, das quais a mais clássica era a icônica Fogão Dako (me lembro até hoje comprando o cd lá na Uruguaiana, no centro do Rio, numa semana em que estava lá fazendo o campo da minha dissertação de mestrado). 

O Arthur é de uma geração de primos mais nova que eu. Acho que a Tati foi a 1a descoberta de algo em comum que tínhamos e foi uma curtição só (óbvio, porque ninguém mais curtia, e nós nos deliciávamos com as letras lascivas e um tanto quanto toscas - é tosca mas a gente adora!).

Um parêntesis sobre o disco da Tati (que acredito ter sido o seu disco de estréia - depois de algumas músicas já feitas e de já estar estourando com alguns sucessos pelos bailes funk cariocas).


Eu acho esse disco incrível por vários motivos: foi produzido pelo lendário DJ Marlboro - e essa produção foi fundamental para o disco se tornar o clássico que se tornou. Meu... os caras samplearam Papa don´t preach da Madonna e aquela musiquinha de cornetas da trilha do Rocky Balboa (que depois seria também sampleada pela Mia e pelo inesquecível SapaBonde). E ainda teve participação de MC Serginho (aquele do "abre a boca não se espanta, vou gozar na sua garganta!"). 

Confesso que nunca tinha visto linguagem sexual tão explícita e ao mesmo tempo criativa e engraçada... misturada ainda com um tom super afirmativo de poder e desejo feminino, inclusive pondo os machos num papel submisso. Certamente uma miscelânea muito interessante que reflete bem o Brasil urbano periférico dos anos 2000 (e falo 'periférico' aqui sem nenhum tom pejorativo)   .

O funk da Tati Quebra-Barraco foi só o chamariz de mais afinidades que com o tempo fomos descobrindo nas conversas que tínhamos. 


Então a conversa pelo messenger deu-se dessa forma:
HS: Ouviu o arquivo que mandei? 
 A: Uma aula! Tinha escutado e esqueci de responder. Ainda apoio as amantes!
HS: HAHAHAHA. É um bom debate para termos no natal. Fiel X Amante. Òbvio que vc apoia as amantes. E vc, como tá?  
 A: Tô trabalhando mais que tudo. Estava fraco de mulher... só que chega fim de ano, acho que bate aquela dor no coração de ainda estar sozinha e aí venho de uma semana boa. Em vez de fisgar tô batendo rede hahahaha.
HS: Hahahaha. De umas três semanas pra cá tô batendo rede aqui tbém... muito peixe graúdo. Mas amor mesmo que é bom... nada... só putaria mesmo! A gente vai se virando como pode. 
A: Pois é... difícil largar esssa vida, ainda mais quando vai aparecendo... em dezembro só vou ficar entre natal e reveillon. Mas preciso colocar papo em dia contigo. Vidinha de adv está começando a ficar boa.
HS: Faremos isso no natal meu primo! Fico feliz em saber que eu não sou o único puto na família! Quer dizer, putos têm muitos ali! Mas que põem a cara a tapa sem hipocrisia, só nós dois mesmo! hahahahahaha. 
A: hahahahahaha sim. Sou com um sorriso no rosto.
HS: Eu tbém!!!! Queria que a tia Renata ouvisse uma conversa nossa hahahahaha uma básica já estaria de bom tamanho... sem entrar em temas mais adultos hahahahaha depois preciso te contar das minhas experiências "químicas".  
A: puts verdade! no fim acabei nem experimentando aquela lá.
HS: precisa ver o cardápio disponível kkkk ano novo vou pro Rio! E quero saber da vida de advogado tbém, como tá sendo, o que vc tá fazendo. 
A: Tô recebendo até amor como pagamento hahaha. Está indo bem.
HS: e não é válido?! hehe.  
A: Mto. Cliente satisfeita com uma liminar.
HS: hahahahaha só não deixa a OAB saber. 
A: só vc que sabe.
H: tranquilo hehehe... vai continuar assim hehehe.
Sim, o Arthur é hétero. 100%. Mas desde que soube que eu era gay nunca manifestou uma pontinha sequer de preconceito e foi um dos que melhor me acolheu. E quando nos encontrávamos (não eram muitas vezes pela correria da vida de SP) eu fui me sentindo à vontade pra abrir coisas com ele sobre minha vida gay. Lei da ação e reação, ele também começou a partilhar as coisas dele comigo. E acho que acabei virando um confidente dele.  

O bicho tem mel! Fato. É impressionante a mulherada na cola dele. E do que conversávamos, ficava evidente que ele sabia muito bem como satisfazê-las na cama. E a putaria rolava solta na faculdade. Ele tem um sorriso dengoso no rosto que deixa elas derretidas, uma malandragem doce, mas que sabe botar pressão quando precisa - ou quando elas pedem.  

Até que lá pelas tantas ele começou a namorar mais sério e ficou noivo. Acho que bateu uma pressão da família, um certo senso de "sou adulto, preciso trabalhar e me encaminhar na vida, constituir família". Mas até onde entendi, chegou uma hora que a relação começou a ficar muito ruim, desgastada e a noiva, muito insegura e bastante enciumada, decidiu terminar. Eu não sei até que ponto isso foi uma jogada dela, mas o fato é que ele não quis voltar. E ela se arrependeu amargamente pela infantilidade que fez. 

Ele tinha terminado há pouco no dia em que nos encontramos na casa do irmão dele. Fomos fumar lá na área de serviço (detesto cigarro, mas em raras ocasiões puxo um trago com quem me oferece) e ele me contou da retomada da putaria, das aventuras com as estagiárias do escritório (ele ainda não tinha se formado), das idas na casa de swing e das noitadas na república em que estava morando. Era uma frequência de dar inveja. 

Foi legal que nesse dia eu meio que percebi que talvez ele fosse um pouco como eu - descobriu uma certa liberdade e desapego que são muito prazerosos de serem exercidos, o 'estar solto' na vida, relacionar-se com diversas pessoas, usufruindo e interagindo, com trocas que envolvem não apenas sexo, mas que se estabelecem também a partir de outras afinidades (a relação dele com as mulheres não era só sexual, de ir pra cama, meter e gozar... envolvia outros elementos que tornavam as histórias mais interessantes - e por isso mesmo, mais duradouras). Percebia que as mulheres viam nele coisas que não viam nos namorados tradicionais.

Essa liberdade - que tanto ele quanto eu descobrimos e passamos a exercer - de tão deliciosa que é pode ser um caminho sem volta... Se acostumar com o passado pode ser muito difícil, senão impossível. 

Eu disse com muita ênfase que ele não precisava forçar a barra pra se adequar a uma expectativa da família, que ele não precisava noivar e casar só porque era isso que esperavam dele e que era legal pensar nisso, porque talvez ele não fora feito pra casar como o irmão dele, por exemplo. 

O papo no messenger fez mais sentido ainda nos dias atuais, depois de uns embates muito desagradáveis que rolaram no whatsapp da família envolvendo a "tal" ideologia de gênero. Vários familiares conservadores, inclusive um tio que eu julgava ser progressista, destilando falta de conhecimento e histeria; eu não consegui me conter, fui pro embate e acabei me expondo, dando exemplo de situações minhas como forma de mostrar alguns absurdos que estavam sendo propagados. Foi algo que me entristeceu muito e reconhecer no Arthur alguém mais próximo da minha maneira de ser e pensar foi um tanto quanto alentador. 

Essa conversa que tivemos na casa do irmão dele já deve ter uns dois anos e desde então não me lembro de ele ter namorado sério de novo. E pelo teor da conversa da semana passada, ele está muito bem assim. Não sei se vai ser por muito ou pouco tempo, e isso não importa. O que importa é que agora, nesse momento, ele está bem, curtindo a vida, se permitindo e tendo histórias e momentos interessantes e intensos. Não é hora de se preocupar com o futuro (ao menos no caso dele).

Sim, somos putos. E com um sorriso no rosto!




terça-feira, 28 de novembro de 2017

Rejeição - estratégias adicionais para lidar

Eu achava que ficaria numa trilogia sobre o tema, mas pela 1a vez aqui no blog me deu vontade de escrever um 4o post a respeito. Se quiser acessar as outras partes, clique Parte I  Parte II  Parte III

Isso mostra também o meu próprio interesse pelo assunto e que vale a pena buscar mais insumos e me aprofundar nas reflexões. As que tive até aqui me foram e me tem sido bem válidas. Me fortalecem e me blindam contra possíveis sofrimentos desnecessários.


As estratégias adicionais vieram de um livro chamado Rejection Proof (em tradução livre "À prova de Rejeições"), escrito por Jia Jiang. Na verdade não li o livro propriamente mas um resumo dele num app muito bacana chamado Blinkist, que faz sínteses curtas de livros interessantes e dos mais diversos assuntos.

Blinkist te dá a oportunidade de uma breve inserção em livros que você provavelmente nunca teria tempo, foco e organização para ler. A forma como eles fazem os resumos é bem objetiva e direta, destaca as ideias centrais e se você achar que é muito legal, daí pode ir praquele determinado título. 

Fora que é ótimo pra praticar o inglês, pois além do resumo escrito, há também o arquivo de áudio num inglês padrão que é bem tranquilo de entender (infelizmente, o app é pago, mas pra mim, vale muito a pena). 


Vamos então aos principais insights do livro a partir da minha leitura (e com alguns exemplos que me vieram à cabeça como forma de ilustrar estas principais ideias):

  • É fundamental superar o medo da rejeição e desenvolver formas de lidar com ela! Por mais doloroso que possa ser, é algo que acontece diariamente com todo mundo, das mais variadas formas e mesmo com aquelas pessoas famosas ou que você acha muito fodonas. 

  • Mude seu olhar sobre a rejeição, aprenda e tire proveito destes acontecimentos!

  • Devemos aprender a repensar o significado da rejeição. Não se trata de um julgamento sobre quem você é. Rejeição tem mais a ver com visões pessoais que os outros tem a seu respeito (o que é bem diferente de um suposto "veredicto final"). Evite tratar a opinião dos outros como se fosse a palavra final a respeito da sua personalidade ou do que você tem a oferecer. 

[ou seja, o fora daquele boy que você tanto tava a fim, tem mais a ver com o fato de ele não ter ficado a fim do que sobre o sua valia. É o desejo dele apenas...]

  • Pessoas diferentes respondem a um determinado evento de formas diferentes. Superar a rejeição pode ser, em alguns casos, uma simples questão de não desistir na 1a tentativa. Tente de novo, repetidas vezes, em direções ou pessoas diferentes. 

[Por exemplo, quantos atores receberam muitos "nãos" antes do primeiro "sim"? Eles não desistiram, bateram em várias portas, muitos não responderam, mas alguém, em algum momento, achou que deveria responder. O exemplo também dialoga com aquela história de que às vezes ficamos focados numa porta que nos foi fechada, enquanto próximas de nós há váááárias janelas abertas com oportunidades incríveis. 

De novo, o fora daquele boy que você tanto queria pode estar te turvando a vista para outros pretendentes tão ou mais interessantes do que ele. Lembra daquele ditado? Homem é igual biscoito, vai um, vem dezoito!]

  • Por isso, há muito o que aprender com a rejeição. Não fuja quando as pessoas te disserem "não". Entenda os motivos e melhore. Descubra as razões por trás de determinada situação de rejeição. Se for possível, questione as pessoas que te rejeitaram a respeito dos motivos. Isso ajuda inclusive a lidar melhor com o fato e a formular uma estratégia melhor numa próxima oportunidade. 

  • Rejeição não tem necessariamente a ver com você. Às vezes você está focando na audiência errada ou o contexto pode não ser favorável. Há muitos outros fatores determinantes externos a você e sobre os quais você não terá o menor controle. 

[Alguém pode ter te achado bonito, interessante, atraente. Mas tem namorado. Ou acabou de se separar e não está com cabeça pra isso. Ou então mora em outro lugar e não quer ter uma relação a distância. Percebe como podem ser várias hipóteses?]

  • Ao ser capaz de perceber os aspectos positivos de receber um "não", você terá mais condições de superar o medo de ser rejeitado. Você pode usar a rejeição para se motivar e melhorar sua habilidade de trabalhar em metas, planos e projetos ainda mais incríveis. Algumas pessoas encararam a rejeição como um alimento para se tornarem muito melhores em determinada área. Ressignificação incrível!

[Arrisque mais! Vá e paquere alguém que você está a fim na balada, sem medo de receber um "não", afinal, um "não" não é o fim do mundo... é apenas e tão somente um "não". Entendeu? Ou não? :) ]

  • Vivenciar a rejeição te ajuda a criar mais empatia com os outros. Pode ainda ser uma boa prova de fogo sobre determinado sonho teu. Você quer realmente aquilo? Até onde está disposto a ir por isso? 

  • Superar a rejeição nos encoraja a assumir mais riscos na vida. Te faz olhar pra dentro de si, se valorizar e se sentir confortável com suas escolhas, antes de ir buscar a aprovação dos outros. Superar o medo da rejeição nos torna menos dependentes da aprovação de terceiros.

  • Em suma, esta a ideia central do livro: situações de rejeição acontecem todos os dias, mas como são interpretadas, vai depender de você. Quando você começa a "abraçar" a rejeição e a aprender com ela, poderá melhor definir seus objetivos. Ela poderá ser a força mais poderosa a te levar a viver a vida que você sempre quis. 

  • Tornar-se autêntico e confiante deve ser nossa prioridade n. 01.

E com isso fechamos os posts do mês de novembro em grande estilo!

 

Esse 2o semestre começou muito difícil pra mim, mas felizmente as coisas entraram nos eixos (ainda que não necessariamente no eixo que eu imaginava a princípio) e tenho conseguido momentos de tranquilidade, reflexão e paz de espírito como há tempos eu não tinha. 

Não que eu tenha "resolvido" todas as minhas questões, elas continuam aí super atuais, hehehe... mas me sinto mais sereno e paciente; menos ansioso e controlador. 

Dezembro já está aí e com ele os últimos dias de 2017... que ano maluco e intenso foi esse!!!

[ok... ainda não é hora de retrospectiva... tem muita história pra contar e assuntos pra comentar]

Até o próximo post! 

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Rejeição - a [parcial] redenção

Intro: Caso tenha chegado diretamente neste post - ele é a 3a parte de uma trilogia sobre Rejeição. Se quiser ler as demais partes clique aqui para a parte I e aqui para a 2a parte.

Mandando ver, no vício da batida 
Querendo se envolver 
No estilo diferente, que prende e dá prazer 
Eu sei que logo sente, te faz enlouquecer 
Faço ferver (Pablo Vittar, Corpo Sensual)

E se aquele ditado que falei no post anterior é mesmo verdade... bom, ele se cumpriu.


A noite de sábado foi completamente diferente da de sexta. Não tenho muito o que dizer além do que já disse em diversos outros posts aqui. E juro, não sou garoto propaganda da The Week; é que eu realmente gosto de lá e me divirto bastante (não ganho nada pra dizer isso, tá?).

Estar com os amigos de sempre também faz toda a diferença; a energia e o carinho que trocamos ali me alimenta a alma!

Havia um DJ residente do Rio que estava tocando quando chegamos e nós realmente gostamos dele!

Eu cheguei mais tímido, ainda impactado pelos efeitos da noite anterior. Eu já saquei que posso (e devo) ser mais atirado na balada, devia chegar um pouco mais incisivamente nos caras que fico a fim (sem ser inconveniente, claro). Aos poucos vou fazendo pequenos progressos, mas eu realmente deveria me arriscar mais.

Já pensei nos motivos desse meu comportamento. Sinto que receber um "não" (ainda que com um simples olhar -  que pode demonstrar reprovação explícita ou ser total blasè) tem  um efeito muito negativo em mim. Novamente, aquele erro estratégico de achar que o "não" recebido equivale a uma sentença definitiva e abrangente sobre o seu próprio valor.

Desconstruir isso é difícil pra mim. Vai aos poucos.

E também é bom ter a consciência de que nunca se ganha todas. Ninguém ganha.. e isso também não é uma sentença sobre você. As pessoas têm preferências e gostos diferentes (assim como eu também tenho). O "não" faz parte de qualquer processo, assim como o "sim"

Eu comecei a caça meio devagar... fiquei com um cara muito gostoso mas que não tinha achado bonito. Mas ele passou ali, me deu bola, pegou na minha cintura, puxou um papo e ligamos a máquina de beijos. 

Depois veio um outro que agora não me lembro, mas o fato é que ao passar da noite eu fui ficando mais confiante pra dar uns rasantes em outros caras que fiquei a fim.

E foram dois outros danoninhos os responsáveis pela minha redenção! 

Uma coisa legal dessas baladas é a forma como nos aproximamos do "alvo"... ou de como os "alvos" se aproximam de você. Parece uma dança do acasalamento (e instintivamente, é!). Com o 1o garoto, João, eu fui bem devagar, levei um tempo pra saber se ele tava realmente a fim... ele me dava sinais dúbios, dançávamos perto mas havia uns amigos dele também. E o bacana é que eu tive de arriscar, uma hora me aproximei mais, fiquei bem próximo dele, e ele se deixou abraçar...

Aí colega... foi se jogar... magrinho, lindo, olhar angelical, olhos claros, é um tipo que me desperta sensações muito gostosas. Ali o papel de condutor é meu e eu o exerço com maestria, esmero e prazer. Um abraço apertado, forte, suado, quente como as noites quentes de verão (como já dizia a canção do Radio Taxi). Aquele abraço que envolve o outro e traz ele pra muito perto de vc. Os dois suados, com tesão, e trocando muito e deliciosos beijos, ao som da batida, sob as luzes estroboscópicas e com as mentes numa sensação de relaxamento. 

Um tempo depois, ao andar pelos corredores do camarote (que estava muito cheio), eu dei uma baqueada e nós acabamos nos perdendo. Fui lá pra fora tomar um ar, uma coca bem gelada, uma brisa de vento e comer um chocolate pra recuperar as energias. 

Ao voltar, antes mesmo de encontrar meus amigos, dei de cara com outro garoto, Henrique, com quem eu já havia flertado antes, mas que não tinha me dado a menor bola. Pois não é que desta vez a gente se olhou e se atracou na mesma hora? Com o João tinha sido um pouco mais leve, delicado, mas o Henrique tinha uma pegada mais forte e de certa forma ficamos rivalizando pra ver quem pegava mais forte o outro hahahaha (aquelas coisas de competição entre garotos).


Mas ao mesmo tempo eu cavei espaço pra me sentir abraçado, colocar a cabeça no ombro dele. Abraços podem ter objetivos e energias muito diferentes. Naquele momento o meu abraço queria se conectar de forma mais emocional com o corpo e a mente dele. Um pouco como a letra da música que abriu o post: "Tá todo carente no pedido informal". Louco né?

Isso já devia ser quase seis da manhã e me bateu um pouquinho de carência, vontade de ter um alguém pra ficar dando beijinho, olhando nos olhos, sorrindo. Pode parecer contraditório, e de certa forma é... procurar isso justo naquele ambiente... mas eu tava lá e era lá que eu ia tentar. 

O Henrique também me passava sinais dúbios... parecia estar olhando pra outros cantos como se procurasse alguém... isso me incomodou um pouco e eu quase disse que se ele quisesse, não era obrigado a ficar ali comigo (olha a insegurança da pessoa né? hahahaha) Ainda bem que eu me segurei e não falei isso, continuei a curtir sabendo que poderia acabar a qualquer momento. Às vezes me acho muito sábio, hahaha. 

Havia um cara próximo de nós que estava olhando e eu tomei a iniciativa de me aproximar e engatamos uma pegação a três. De certa forma foi uma estratégia pra não deixar o Henrique sair dali. Só que um pouco depois ele convidou a mim e ao outro rapaz para irmos ao banheiro. 


Eu não curto sexo na balada. Fiz uma única vez e não é algo que queira fazer de novo. Gosto mesmo é da pegação na pista. Então foram os dois e eu fiquei ali, ainda disponível pra negócios.

E não é que passa um grandão, cara de bobo, sorrisão... cabelo máquina um... tem seu charme, hehehe. Eu encarei com o olhar e ele ficou. Chegou perto, perguntou meu nome e me abraçou. Foi bom, mas confesso que não curto muito esses caras mais fortes... sei lá, parece difícil administrar tanto whey protein junto... eu faço a linha mais slim e curto caras mais parecidos comigo. Os magrinhos sempre tão uns passos à frente no tabuleiro.

Pois não é que daqui a pouco o Henrique volta lá. Porra, pra que complicar né? Podia ter ficado comigo esse tempo. Daí queria que eu fosse embora com ele. Eu propus ficarmos os três mas ele não quis e me disse de boa "pode ficar com ele, eu tô por ali dançando". Eu concordei mas disse bem enfático: "Me espera que te encontro depois então." Moderno né?  

O Henrique ficou me atentando pra ir embora com ele... eu não queria, queria curtir ainda mais com meus amigos, mas achei que era uma oportunidade que não dava pra perder, especialmente pelo fato de que ele mora em Curitiba e estava ali só pelo final de semana na casa de um amigo.

Depois que nos reencontramos, ele parecia estar mais carinhoso, me elogiou e ficamos descansando abraçadinhos no sofá do bar (enquanto eu me decidi).

Então decidi ir com ele - mas não sem antes ouvir um "passou o rodo hoje hein!" de um dos meus amigos... (dê dinheiro, gi, key, bala... mas não dê intimidade, hahaha)

Pegamos um táxi rumo à Augusta. Como é lindo ver São Paulo amanhecendo ali na zona oeste... tomamos um café com pão de queijo na padoca e fomos pro apto do amigo dele.


Ambos estávamos muito cansados, roupas e corpos suados e não havia muita condição de uma trepada minimamente decente (ou ao menos com os itens de conforto e tranquilidade que eu valorizo). Nos pegamos ali rapidamente, mal tiramos a roupa ele já abriu uma camisinha, encapou meu pau e sentou nele, cavalgando com vontade.

O pau dele era lindo, circuncisado, rosado e grande... fiquei punhetando aquele pau com vontade enquanto ele cavalgava. Depois comi ele de quatro e de frango, curtindo muito a cara dele, de quem tava curtindo também.

De repente ele me virou e tentou me comer. Mas eu não tava na vibe, não consegui relaxar, então voltei a comer ele mais um pouco, até que gozamos.

Ele me perguntou se eu queria ficar ou ir embora, e isso foi a dica pra mim (independente disso, era óbvio que eu iria embora, tomar uma ducha e dormir na minha cama como um rei). E foi o que fiz. Andei ainda um pouco até achar um taxi, com aquela sensação gostosa de ter aproveitado bastante a noite e já sem os efeitos da noite anterior (apenas lembranças que a cada dia ficam menos vívidas até quase se apagarem e perderem o poder de te incomodar). 

A noite teve esse gostinho especial: Redenção.



Eu nunca havia pensado sob esse prisma de forma tão analítica. Ela me fez ver que a noite anterior tinha sido apenas uma noite de má sorte, e que isso não representa um estado mais definitivo sobre as coisas. É preciso ter resiliência pra suportar momentos ruins, inclusive pelo fato de serem apenas momentos, com prazo pra acabar. Relativize um pouco enquanto estiver passando por esses momentos ruins, tente analisar, tirar algum proveito ou aprendizado, pois logo virão bons momentos.

Falta um ponto ainda. Por que você diz que a redenção é parcial?

Porque ela foi momentânea.

E porque há outras áreas da minha vida que também lidam com o tema da rejeição.

De certa forma ela resolveu uma questão pontual daquele final de semana, mas estas questões continuam a me desafiar e a me demandar estratégias com o objetivo de minimizar o sofrimento e ampliar potências.

É preciso continuar pondo em prática as lições aprendidas até que se tornem espontâneas. Até que você consiga perceber que superou questões que antes pareciam grandes muralhas - mas agora vc já as transpôs e elas ficaram pra trás.

sábado, 11 de novembro de 2017

Rejeição - a prática

Te convidei pro samba e você não veio. Cê me deixou no samba, eu vou te esquecer. (Adriana Calcanhotto - O micróbio do samba)

O feriado do começo de novembro me fez discorrer no post anterior sobre uma espécie de "teoria da rejeição".

E alguns acontecimentos me ajudaram a fazer o teste de hipótese dela. Nada mal para um pesquisador.

Mas péssimo para "um coração dependente, viciado em amar errado" (como já cantava Marina Lima).

O festival de frustrações começou na quinta, quando fiquei paquerando um cara na academia que era bem interessante. A gente ficou se olhando, terminamos os treinos mais ou menos na mesma hora (mentira... eu acelerei o meu kkkk) e ao terminar, fui ao bar, pedi um café e sentei numa mesa. Ele passou, olhou, eu dei um 'oi' e ele parou pra falar comigo. Se sentou e engatamos uma ótima conversa que evoluiu pra um almoço ali perto e depois uma caminhada até um ponto de táxi. 

Eu fiquei bem empolgadinho, ele pegou meu telefone, meu insta... daí quando cheguei em casa mandei uma mensagem falando que tinha curtido muito o papo. Ele respondeu com um "pois é. vamos falando".

Colegas, é incrível como a intuição [a minha, ao menos] já nos mostra que, com uma resposta dessa, não há a menor, A MENOR possibilidade de rolar algo. Ao ler a frase foi como se um filminho instantâneo tivesse passado na cabeça deixando bem claro: "perdeu playboy, não vai rolar com ele." Eu ainda dei uma deixa "se tiver a fim de tomar um café no fim da tarde me dá um toque". Ele disse que tinha de encontrar um amigo e conforme fosse, me falava. O famoso "tá, qualquer coisa eu te falo". Não falou.

Altos e baixos em muito pouco tempo. Difícil manter a saúde mental desse jeito. 

Na sexta nos encontramos novamente na academia, ele disse que queria ir na Bigger, uma festa de ursos que rola aqui em Sampa, eu falei que também tava a fim, convidei-o pra ir comigo e ele falou que me mandaria mensagem mais à noite, que ia combinar com um amigo também. Tô escrevendo esse texto na segunda à noite e não veio nenhuma mensagem.

Cara, essa sensação de "left behind" [ser deixado pra trás] é muito ruim. Vc cria certa expectativa, inclusive baseada nos sinais que o outro dá (mesmo que dúbios ou insuficientes). Vc se pergunta por que alguém diz que vai ligar e não liga. Vc se pergunta se não seria mais fácil dizer "não, não tô a fim", ou "não, não rola", ou mesmo não criar pretensas coisas pra se fazer juntos. Preferimos sinalizar positivamente e, após, deixar no vácuo.

Não sei se isso é típico de brasileiro (e eu sou brasileiro também, tô me incluindo na jogada), se falta culhão pra gente dizer "não" de forma mais enfática (o que não significa ser rude ou estúpido). Definitivamente, não é bom quando acontece.

De qualquer forma, eu fui na bear party. Tenho um amigo urso super querido e ele me chamou. Achei que seria bacana, pois fazia tempo que não saíamos juntos.

Já faz uns meses que ando numa fase meio carente, querendo encontros com maior conexão e estando aberto a namorar. Bom, vcs conseguem prever que é no mínimo arriscado ir pra uma festa dessas com este espírito dentro do peito.

A 1a ficada, ironicamente foi com um casal. Eu tava de olho num loirinho e perguntei pro cara ao lado dele, que imaginei, fosse um amigo. Daí o cara fala, super de boa, que era o namorado, mas que eu poderia trocar uma ideia se quisesse. E me apresenta o loirinho. O loirinho foi receptivo, ficamos lá um tempo, o namorado entrou também, nos beijamos, dançamos juntos... mas foi morno.

Um tempo depois o loirinho me fala: "queridão, a gente vai dar uma circulada pra encontrar uns amigos nossos." Me despedi super de boa, mas no fundo fiquei um pouco triste, pois queria ter ficado com eles o restante da noite e interagido de forma mais intensa, como tinha acontecido na balada do 7 de setembro.

Na sequência, pra minha total surpresa, encontrei o Paulo, que não via há um bom tempo e de quem, conscientemente, preferi me afastar. Paulo foi um cara que começou como um despretensioso "pau-amigo" mas que com o tempo foi me conquistando de uma maneira incrível, pela simples convivência; pela pessoa incrível que ele é (e claro, porque nossas fodas eram muito boas!).

Eu passei a ficar mais interessado nele, o meu interesse mudou de perspectiva, só que o dele não. Numas das nossas últimas conversas inclusive, ele me falou, em tom meio confessional: "tenho a vida complicada. E a cabeça também" (e não acho que tenha sido desculpa esfarrapada não... acho que foi sincero).  

Nós conversamos rapidamente, ele sempre muito simpático, cortês, um sorriso de derrubar quarteirão. Até demos uns beijos de leve, ele elogiou meu corpo, disse que eu tava gostoso, mas eu senti que claramente parecia não rolar mais tesão, mais excitação. E esse foi o outro ponto negativo da noite. Após um tempo, a mesma tradicional saída: "então, vou ali encontrar meus amigos". Mais uma expectativa frustrada.  

Pra fechar a noite com chave de ouro, fui falar com cara que eu vi e gostei... o cara parecia bem chapado, parecia não falar direito... e foi tudo muito rápido, a gente meio que se abraçou, um beijo rápido e ele me puxou, disse que precisava ir ao banheiro. A gente ainda se encostou na parede, mais um beijo e ele entrou.

Eu não sei se sou inocente, mas nessas horas eu costumo esperar o cara voltar rs... (muita gente aproveita pra ir embora pra outro canto). Ele voltou, ainda nos abraçamos, mas logo ele disse: "então, eu vou dar uma volta por aí."

Puts, confesso que essa frase também me doeu... E no fundo, o que eu queria mesmo era alguém pra ficar casadinho na balada, curtindo o som e o MD batendo... mas saiu tudo errado. O som não tava legal, eu não estava com meus amigos tradicionais e a balada terminou comigo numa baita bad vibe e eu sem nenhuma serotonina pra contar a história. Confesso que saí dali me sentindo um looser.

E o sábado fiquei de bad total, uma angústia brava, que parecia não ter hora pra terminar. E não sei se foi pelo MD (que experimentei pela 1a vez) ou se por todos estes gatilhos que dispararam velhas e conhecidas angústias.

Vc passa o dia mobilizado, sentindo isso tudo e torcendo pra que acabe.

Não sei ao certo como concluir este texto. Será que dá pra tirar alguma lição disso tudo?

Não sei se consigo me fortalecer a ponto de não sentir algo ruim quando situações assim acontecerem. Ou se evito situações assim como forma de me proteger da frustração. Ou se simplesmente é melhor pensar que foi 'apenas um dia qualquer' e que 'não há nada como um dia após o outro'.

A ver...

PS: salvo maior inspiração futura, não tô nem um pouco a fim de colocar ilustrações nesse post... não vou dar ibope pra esses malfeitores do meu coração hahahaha 

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Rejeição - a teoria

Por mais que eu tenha a consciência (no plano racional) de que não deveria me abalar quando alguém que eu quero não me quer... porra, como dói!!!


A depender do momento em que vc está, pode doer mais ou pode doer menos. E às vezes é algo aparentemente banal mas que desperta algum gatilho emocional na sua mente, e aí a coisa sai pior do que deveria. 

Dia desses estava lendo um artigo super interessante: um leitor perguntava como deveria manifestar interesse após o 1º encontro com um cara, mas sem se colocar numa posição 'vulnerável' (como se estivesse do lado 'mais fraco'). Como se o fato de mostrar interesse te colocasse nessa posição e, caso o outro também não demonstrasse, vc ficaria 'marcado' na história como o looser (perdedor). 

O leitor colocava sua angústia (muitíssimo conhecida de todos nós, diga-se de passagem) sobre como o mundo da paquera virtual gay costuma ser cruel, com as pessoas fazendo jogos e mais jogos e ninguém tendo coragem de se posicionar e avançar para algo mais concreto.

O escritor conclui dizendo que prefere ver esse "jogo" da paquera não como um jogo propriamente (que pressupõe a existência de ganhadores e perdedores), mas mais como uma "dança", na qual por vezes os parceiros conseguem interagir de forma sincronizada, mas em outras, não.


Ele incentiva o leitor a deixar claro seu interesse (ele próprio diz que já no 1º encontro deixaria claro o interesse por um 2º, caso fosse esse mesmo seu sentimento). Se o parceiro demorar a responder, não mostrar interesse, ou mesmo disser um "não rola", bem... IT IS WHAT IT IS! Simples assim. Ou seja, vc não perde nada em mostrar interesse. Mostrar ou não mostrar não tem o condão de alterar o interesse do outro (que na maioria das vezes já está formado previamente).  

A gente não deveria levar isso pelo lado pessoal. E sabe por que? Pense de forma invertida e lembre-se das (várias) vezes em que vc disse "não rola". Provavelmente vc agiu assim porque simplesmente não se interessou pelo cara, e não por alguma característica bizarra ou medonha que ele pudesse ter. Simplesmente não rolou química, não rolou atração, não rolou interesse. E quanto tempo levou para vc se dar conta de que não tinha interesse? Quase tão rápido quanto votar na urna eletrônica, hehe...


IT IS WHAT IT IS! bitch 



Quando acontece conosco, tendemos a significar a rejeição como algo maior do que ela é. Como se tivéssemos alguma falha ou defeito muito grande que justificasse a falta de interesse do outro. Mas de novo, invertamos a equação e, ao mudarmos de lado, veremos que não é bem assim.

Em suma: o que vc sofre é exatamente o que faz os outros sofrerem. [é nessas horas que sinto falta de um emoji pra representar um 'tapa na cara', hahahaha]

E é impressionante como tua mente [ou o universo, se preferir] te faz se lembrar, a cada situação onde vc reclama que está sofrendo, de outra situação muito parecida na qual vc esteve do outro lado. Acontece muito comigo. Insights... [e novamente, cadê a porra do emoji pra representar o tapa na cara...]

Incrível também como os interesses são nossa grande roda motora. Soa inclusive bem egoísta colocar as coisas nestes termos. É o nosso interesse particularista que faz a gente tirar a bunda da cadeira e correr atrás daquilo que queremos com impressionante determinação, movendo montanhas se preciso for.

Mas sem interesse... aahh minha colega... não movemos a unha do dedinho do pé... não esticamos o dedinho pra mexer no celular. Sequer lembramos de que há uma outra pessoa nos desejando ardentemente e ansiando por uma simples mensagem no celular. Cruel né? Mas é assim. 

Eu acho que também ajuda se pensarmos que a regra geral da vida é a do desencontro. Desencontro dos desejos, das expectativas, das afinidades, dos momentos de vida. Por mais triste e revoltante que possa parecer, faz muito mais sentido do que partir do pressuposto de que a regra é o encontro. E a vida tende a ser dura, ninguém nasceu com "direito" à felicidade (por mais que nossos pais nos tenham prometido isso ou mesmo a mídia bombardeie esse tipo de ideia na nossa cabeça).

Agora... será que esta minha análise é muito imediatista? Será que, ao conceber as coisas de maneira tão rápida e acelerada eu não estaria "abortando" inúmeras possibilidades de histórias interessantes? O interesse em alguém pode ser manifestar de forma lenta e gradual?

Honestamente, não tenho essa resposta pra te dar, querido leitor! :) Quer me ajudar a pensar? Eu adoraria!

Obviamente eu não quero generalizar e dizer que isso é uma regra única e universal. Todos conhecemos histórias de pessoas que foram se interessando gradualmente ou até mesmo depois de brigarem ou de terem um estranhamento inicial. Mas acho que a "teoria" que tentei descrever acima funciona pra grande parte das histórias, especialmente nesse universo da paquera virtual e de um mundo extremamente acelerado... o 'tal' mundo da modernidade líquida.

De qualquer forma, vamos deixar essa brecha para outras possibilidades. É sempre bom ser surpreendido.

Feita essa ressalva, vamos tentar continuar a visão pragmática das coisas: como sair desse ciclo? Tem como?

Eu, particularmente, não quero sofrer assim. E também não tenho intenção nenhuma em fazer os outros sofrerem.

Fiquei pensando em como poderia responder à pergunta que eu mesmo me fiz. Se isso seria possível, dado que estamos a todo tempo nos relacionando com outras pessoas e que ninguém vai virar celibatário ou se trancafiar em um convento.

Elencaria três possíveis ações:

  • Começaria dizendo que é importante estarmos fazendo constantemente esse exercício de desvincular o "não" recebido de qualquer valoração de nós mesmos. Esse "não", por mais que não o queiramos, nada tem a ver com nosso valor próprio, não deveria abalar nossa auto-estima. Claro, não é fácil, especialmente quando queremos muito estar com alguém. Mas parece ser da loteria da vida... temos pouco controle sobre nossos desejos (assim como os outros também não tem).
  •  Resiliência é uma palavra que também cabe aqui. Uma definição básica pra ela: "é a capacidade de suportar ou se recuperar de situações difíceis. Saber que não seremos destruídos significa que estamos mais à vontade com o risco e a incerteza, então provavelmente somos mais eficazes e podemos viver a vida com positividade, apesar dos reveses que encontramos." Resiliência é uma competência que pode [e deve] ser treinada e aprendida. 
  • Por fim, tentemos aplicar aquela famosa regra: não fazer com os outros aquilo que não gostaríamos que fizessem conosco. Caso não tenha interesse em alguém, tente ser o mais objetivo possível, sem necessariamente ser rude ou estúpido. Deixe as coisas claras o quanto antes, assim a pessoa não terá falsas esperanças e tenderá a levar o "não" recebido de forma mais racional e menos pessoal.

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Cristalizados

Essa semana me vieram alguns insights sobre como muitas vezes podemos estar cristalizados em determinada posição, hábitos ou comportamentos e, de repente, nos darmos conta de que é difícil sair deles.

A tal "zona de conforto"... 

Vejo muitos gays solteiros que se alinham fortemente aos amigos, formando turmas fortes e que estão sempre juntos fazendo as coisas. Exuberantes manadas e alcatéias! rs... [eu me encaixo aqui]



Eu fiquei pensando em como pode ser difícil pra alguém que está acostumado a andar em turma de amigos de repente mudar essa rotina e passar a namorar alguém. Sair de uma dinâmica coletiva para embarcar numa dinâmica mais a dois.

Eu não devia dizer isso, mas a pergunta me veio quando vi uma foto do Asher no insta com alguns amigos dele. Pensei comigo: 'será que ele conseguiria começar um namoro quando parece tão confortável e acostumado a estar com os amigos?' E na hora senti que seria uma empreitada difícil (mas claro, só tenho minha intuição como balizadora... tudo bem que ela é meio obsessiva e fatalista rs...)


O quão as pessoas estão dispostas a fazer isso?

É uma indagação mesmo... não acho que haja uma resposta só e tudo vai depender de vários fatores. A empolgação inicial da paixão pode fazer com que a pessoa mergulhe numa história como um avião kamikaze. Mas isso dura?

Se não há tanta empolgação no começo, acho pouco provável que a pessoa vá se dispor a sair da sua zona de conforto e entrar numa nova história romântica. E tende a surgir um conflito entre dois mundos aparentemente distintos e inconciliáveis. 

Curiosamente, o Mário até que tá conseguindo uma interação interessante entre estes dois mundos. Depois de muita resistência, finalmente assumiu o namoro com o boy com quem fica há mais de um ano.

Mas como eles se conheceram na TW, o boy tá acostumado e curte o esquema coletivo a que nós estamos entregues nos últimos anos e agora ele é praticamente da turma, está sempre conosco, um querido!!! E essa conciliação é muito mérito dele também. Então eles têm os momentos a dois deles [que pode inclusive envolver terceiros rs...] mas em outros momentos estão com a turma. E ainda sobre espaço pras putarias individuais de cada um. Eu não sei onde arrumam tanta energia e disposição, rs...

Já um outro amigo nosso, da mesma turminha, está todo apaixonado por um cara e, pelo visto, perderemos o passe dele nos próximos meses. Há um tempo atrás eu ficaria chateado. Eu sempre tive asco daquelas pessoas que somem quando passam a namorar. Particularmente me sinto atingido, isso me dispara algum gatilho emocional de rejeição. Amigos que eram próximos e que conviviam contigo "de repente" não tem mais tempo pra você e encontrar com eles fica quase impossível.

Mas eu tenho tentado encarar a situação de forma mais racional, inclusive controlando esse gatilho, pra ele não disparar e me deixar puto da vida.

Definitivamente, parece que mudei de lado né? hahahaha muito irônico isso... agora tô do lado dos que querem namorar e fico analisando as dificuldades e empecilhos pra conseguir isso (e confesso que ando bem desanimado quanto às perspectivas...).

domingo, 29 de outubro de 2017

Começando um relacionamento

Pessoal, me digam, sem enrolação: O que é preciso "levar" na bagagem para começar um relacionamento?


Será que você precisa estar bem apaixonado desde o começo da história? Ou se houver pelo menos um mínimo de conexão, isso já seria o suficiente pra engatar a 1a marcha e dar a partida?

Nesses últimos dias esse questionamento me veio forte. Reencontrei, por acaso, um cara com quem passei um final de semana super bacana, o sexo foi ótimo, mas não chegou a me empolgar tanto a ponto de querer dar sequência. Ainda assim, tivemos vários pontos de afinidade.

Nós voltamos a conversar pelo app e a conversa fluiu muito bem, ele é muito inteligente e sensível. Quando nos percebemos no app, ele me escreveu:

"Nosso encontro foi muito especial pra mim. Me ajudou a sair de uma fase muito ruim. Tô passando por um momento de muitas mudanças, reflexão e de bem comigo mesmo. Queria poder compartilhar um pouco disso contigo. Muito curioso também pra saber como você anda e o que tem passado." 

À época ele dividia apto com um amigo. Perguntei se ainda estava morando lá e ele disse que havia se mudado pra um apto menor e que agora morava sozinho. 

"Cheguei num momento da vida que eu preciso ter meu espaço. Ter as minhas coisas. E a partir daí, me preparar para encarar um relacionamento sério." 

Essa última frase da conversa ficou ecoando na minha cabeça. Tentei me imaginar sendo essa pessoa com quem ele tentaria encarar um relacionamento sério. E não conseguia me sentir à vontade naquele papel. 

Acho que já deve ter acontecido com todo mundo: vc reencontra alguém com quem já ficou, na hora dá uma certa empolgação e vc se pergunta: puxa, mas pq não ele? Pq não tentar? Pq não dar uma chance. 

Daí dois dias depois saímos pra tomar um café. Quando o vi, eu realmente não me senti impelido a ficar com ele, por mais que o sexo tivesse sido bom. Isso me deixou chateado, porque se tiver de esperar ter as tais borboletas no estômago pra começar um relacionamento... puts, acho que tô bem ferrado na vida. 

Por outro lado, eu vivo bem sozinho, tenho meus amigos, curto minha própria cia, e sinceramente, não acho que deva entrar em um relacionamento simplesmente para não ficar sem alguém. Fazer isso me parece uma cilada. 

As poucas vezes onde tentei insistir sem estar muito a fim, foi meio desastroso. Eu me desesperei em pouco tempo e ainda machuquei a outra pessoa. 

Que bom que o tempo nos traz maturidade e aquilo que o poeta João Doederlein chamou de "responsabilidade afetiva" (sigo o insta dele @akapoeta  - é show de bola, recomendo!).

Na hora de me despedir dele a gente quase de beijou, foi por muito pouco. Mas eu não quis, e não porque me achasse melhor, simplesmente porque não senti vontade o bastante e percebia que a intenção dele era maior do que a minha. 

E se iremos inevitavelmente frustrar alguém, que seja pela honestidade e não pela dissimulação ou incapacidade de dizer 'não'. 

Há muitos anos, um antigo terapeuta me provocou dizendo assim: 'Mas vc nunca leu um livro que só foi começar a ficar bom lá pela página 40?'

Olhei pra ele meio que encantado com a argumentação. Só que até hoje nunca funcionou comigo. Claro, conheço histórias de casais que foram, de certa forma, "forçados" a ficar juntos e que, depois de umas tantas, passaram a gostar, se adaptaram e se entenderam. Mas em um cenário onde vc não precisa, me parece difícil algo assim se concretizar. 

E a minha cabeça fica ainda mais confusa quando vejo as pessoas em geral entrando em relacionamentos com aparente facilidade. E casais que continuam juntos apesar de, ao menos aparentemente, não valer mais a pena (claro, essa análise é a gente que faz, baseado no que consegue captar).

Parece até meio automático, como a gente fosse se matricular na academia ou no curso de inglês e passasse a frequentar. Fora os famosos "serial monogamists", que me dão completamente nos nervos hahahahaha (sim, já falei aqui que tenho um pouco de inveja deles).

Provavelmente vou continuar sem uma resposta definitiva pra essa questão. E essa resposta nem deve existir. Acho que as futuras experiências talvez me mostrem possíveis caminhos. O mais importante é perceber quando estiver frente a uma oportunidade e tentar não deixa-la escapar.

E novamente... tenho de dar uma suavizada na expectativa... reconhecer e aceitar que muitas das coisas na vida não acontecem necessariamente no nosso tempo, e que, quando for esse o caso, há de se ter um pouco de paciência e resignação. Não adianta brigar e maldizer o universo, só vai te fazer gastar energia de forma desnecessária.
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Decidi voltar neste poste depois de publicá-lo na página que o Blog tem no Facebook e acrescentar algumas outras ideias. 

Tive respostas incríveis, maduras, que me fizeram pensar que, resumidamente, pode haver dois caminhos:

  • aquele em que vc está bem apaixonado e "naturalmente" embarca numa história;
  • outro mais lento, onde os dois vão se conhecendo e a vontade de ficar juntos vai crescendo e se consolidando. 
O 1o talvez seja mais espontâneo e o 2o talvez exija mais paciência.

A euforia do 1o caminho não garante necessariamente a continuidade.

A 'aposta' do 2o caminho, apesar de mais arriscada no começo, pode garantir no futuro vínculos mais estáveis e duradouros. Mas também não há garantias aqui, pois a coisa pode não engrenar no começo mesmo.

De qualquer forma, alguns responderam que sim, entrariam num namoro ainda que não estivessem completamente apaixonados e que se dariam esta chance. Muito interessante ler os relatos.

Conclusão: estamos sempre, em alguma medida, fazendo apostas, com a única certeza de que não há garantias - por mais que estejamos conscientes da situação e supostamente embasados na nossa decisão. E a decisão de tentar e começar o relacionamento é só a 1a de muitas outras que se sucederão (Pode parecer muito óbvio o que estou dizendo - mas na prática é bem mais complicado discernir porque vamos vivendo as histórias ao longo do tempo - não se trata apenas de um único evento isolado no tempo e espaço).

O que me dá certo alívio é ver que, pelos relatos colocados, as coisas não parecem ser tão deterministas quanto eu às vezes as imagino. É uma visão para eu testar na minha própria vida, inclusive.

A ver.

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Danoninhos

[Esse texto deveria ter sido finalizado em julho, mas não consegui... segue então agora, em setembro, o relato daquela semana movimentadíssima...]




E essa semana minhas FLEX features foram testadas ao máximo. Acho que vocês já devem ter percebido que o fluxo nos aplicativos de pegação varia bastante. Às vezes vc faz um puta esforço pra não dar em nada... já em outros momentos, a oferta é tanta que vc quase não dá conta. 

Enfim, é saber gerenciar a ansiedade pros momentos de vacas magras e a saúde física pros momentos de abundância. Essa foi uma semana do tipo "que abundância meu irmão!" - uma safra rara e deliciosa de danoninhos!

Começou num sábado, com o Gerson, um jornalista recém chegado de Brasília que me abordou no app, praticamente no cio, desesperado por uma foda.

Coincidentemente eu havia acabado de chegar da academia, e ele também. Ele tava no apto dele batendo uma, quase gozando, quando emendamos o papo. Eu tava num puta tesão tbém e a conversa fluiu muito rapidamente. Trocamos fotos, curtimos e eu falei pra ele ir lá pro meu apto.

O tesão do cara era tanto que nem houve muito daquela enrolação normal que há nos apps. Dez minutos depois tocava meu interfone.

Gérson, 25, é um loirinho muito delícia, corpo lisinho, mesma altura que eu, chegou e já foi tirando minha camisa e me beijando como se o mundo fosse acabar dali  5 minutos.

A gente trepou no sofá da sala mesmo, nos chupamos, ele começou me comendo, com força e num ritmo cadente. Na sequência, eu meti nele e acho que ele tava mesmo era a fim de ser fudido, pq nessa hora ele começou a gemer ainda mais e que bom, dava pra ver que ele tava curtindo muito. Ele ainda me comeu mais uma vez depois e finalizamos os dois gozando na mão mesmo, pq a gente já não aguentava mais esperar, hehehe...

Terminamos os dois jogados no sofá, molhados de suor e felizes por ter aliviado o tesão daquela forma tão boa e inesperada. 

Na terça à noite, após a academia e o jantar, eu tava lá no sofá de bobeira e entediado... daí me chamou no app o Mateus, um estudante de química de Fortaleza que tava num hostel duas ruas abaixo da minha. 


Engatamos o papo, ele é um geek bem charmosinho, tímido, fala mansa... Mas mesmo tímido, a conversa fluiu bem e ele topou dar um pulo lá no apto. 

Mateus faz aquele tipo mais magrelo, espichado, lisinho também...22 anos. E, diferente do Gerson, nossa foda começou tranquilamente, sem aquela sofrência e pressa... beijamos mais, fui tirando a roupa dele com mais calma... e começamos a curtir ali no sofá mesmo... 

Talvez por ser mais novinho e não tão experiente, ele deixou que eu conduzisse todo o processo... e eu, sendo ativo ou passivo, gosto de conduzir e sei fazer isso bem. Ele já tinha falado no app que curtia mais ser passivo e já tinha ficado claro qual papel me caberia.

E olha, surpreendentemente, essa foi uma das fodas onde mais curti ser ativo... metemos muito, por muito tempo, em várias posições, e mesmo ele sendo uns 20 cms mais alto do que eu, isso não foi um problema (eu sempre fico meio inseguro a princípio quando meto em caras mais altos). 

Nosso encaixe foi perfeito! Mesmo quando ele veio por cima, e cavalgou, curtindo todo meu pau dentro dele... Ele gozou muito gostoso, e eu gozei pela 2a vez, na sequência. 

O trio de petit suisses ficaria completo na 5a feira, com outra foda agendada via app.


Breno, estudante de medicina,  23 anos, recém descobrindo as picardias do sexo gay.

O Breno é um metedorzinho bem marrento. Todo machinho. Sexo com homens é recente pra ele, nem um ano desde a 1a vez e ele ainda sai com meninas também.

A gente se deu bem, acho que deixei ele tranquilo, porque ainda é um garoto cheio de encanações e receios (como eu também já fui um dia). Nossa foda foi ótima, um encaixe muito tesão (apesar de que ele poderia ter sido um pouco mais cuidadoso na hora de meter... mas isso era previsível também hehe e esses pequenos contratempos a gente vai administrando e corrigindo) e eu realmente quis vê-lo de novo e daí nos encontramos mais duas vezes, na sexta e no domingo.

Duas coisas me chamaram a atenção: o beijo dele é fechado, um pouco travado - e eu, que sou beijoqueiro, me incomodei um pouco com isso, pois queria ter curtido e aproveitado o beijo mais.

A outra coisa foi que, no encontro de sexta, a gente começou a trepar e ele gozou super rápido... eu fiquei nitidamente incomodado e ele percebeu. Daí expliquei pra ele que era importante considerar o tesão do parceiro, que não é só chegar ali, meter, gozar e virar pro lado. E aí percebi que talvez ele transe assim com meninas e que repita o mesmo padrão com os meninos.

Falei que no sexo gay rolava um pouco mais de reciprocidade (apesar de meu amigo Leandro discordar veementemente dessa tese). O Breno ainda não tinha feito sexo oral em nenhum cara, daí eu disse que assim era bem difícil [e detalhe, os melhores orais que já ganhei vieram de ativos muito seguros na sua sexualidade... continuem assim rapazes!]. Fazer passivo então... estava fora dos planos em absoluto.

O legal desse dia é que eu consegui ter jogo de cintura pra administrar a situação. Meu primeiro impulso foi encerrar o encontro ali, puto da vida q eu tava, e mandar ele embora pra casa (o combinado inicialmente era de que ele dormisse comigo). Ainda bem que eu consegui verbalizar o meu incômodo, nós conversamos numa boa, ele até se ressentiu no começo, puxando a culpa pra si, mas depois entendeu que minha crítica era totalmente construtiva e que havia formas de se remediar o acontecido.

Uns minutos depois, passado o mal estar, engatamos uma segunda foda e aí, ele se focou em mim e em garantir que eu também gozasse. Impasse resolvido, de forma adulta e com um bônus!

Mas o bom do Breno é que ele é um garoto de boa índole, super esforçado na facul e, vendo algumas fotos que ele me mostrou, ficou nítido pra mim que acessar a sexualidade reprimida dele o tornou mais homem, mais sexy, mais viril (as fotos de começo da facul e as de agora são muito nítidas em mostrar essa mudança dele). Sinal que o garoto tá indo no caminho certo e tem um futuro muito promisso pela frente!

O mais interessante de toda essa maratona foi ver como cada um é bem diferente dos demais.

Confesso que o Breno levou o Oscar, hehehe...

Ele tem uma inocência de quem tá começando que me cativou. Conhece quase nada do mundo gay. É espontâneo, sem aquele monte de amarras e máscaras que nós vamos adquirindo; eu fiquei inclusive muito incomodado em me dar conta das inúmeras distorções perversas construídas no mundo gay (e que eu, de certa forma, ajudo a reproduzir).

Foi bom também porque, definitivamente, vi que sei lidar bem com moleques marrentos, sem me intimidar (e isso até me excita um pouco). 

Uma hora estávamos conversando e ele começou a me elogiar: "Huummm... é bonito, gosta de cozinhar, bom de cama. É pra casar."

Eu, sem titubear, e com muita segurança, respondi: "Sou mesmo." (depois fiquei pensando em como isso representa uma mudança pra mim, pois há tempos atrás jamais responderia dessa forma).

Nós tivemos uma troca boa de carinho, coisa que já não rolou a princípio com o Gérson. E eu atualmente tenho valorizado mais isso.

O Mateus, por sua vez, achei meio paradão, meio quietão, e isso não faz muito meu tipo, gosto de alguém que tenha um perfil mais interativo, que não fique só lá meio que esperando vc fazer o trabalho todo... 

Mas claro, se precisar, a gente faz o trabalho toda com satisfação! Afinal:




E novamente, gente muito interessante vai passando pelo seu caminho...

No mais: